No segundo dia do Summit Hidrogênio Verde de CartaCapital, especialistas e empresários discutiram os desafios e os motivos que fazem dessa nova matriz energética a nova aposta do mercado nacional e internacional.
Camila Ramos, diretora e fundadora da Clean Energy Latin America (CELA), compara a expansão do setor ao que era há uma década o debate sobre a energia solar e a eólica, tidas à época como alternativas caras e pouco competitivas.
“A expectativa de redução de custo era muito menor. A expectativa de capacidade instalada era muito menor, a realidade dessas tecnologias ultrapassou de longe as expectativas”, afirma. “E eu entendo que, no hidrogênio, a gente tá no discurso muito parecido. A gente deve ultrapassar essas expectativas”, completa
Isto porque os valores da geração de energia a partir do hidrogênio verde, assim como as demais produções renováveis brasileiras, possuem alta competitividade de venda no mercado internacional para exportação, explica o professor do Instituto de Economia da UFRJ e coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (GESEL), Nivalde de Castro.
“Nós temos um sistema interligado nacional, o crescimento da produção de hidrogênio vai se dar em cima da ampliação da capacidade instalada de novas plantas”, afirma Castro.
A primeira fábrica de hidrogênio verde do Brasil já tem data marcada para entrar em operação. Até o fim de 2023, a fábrica deve ser inaugurada no Polo Industrial de Camaçari, na Bahia.
Também na expectiva de crescimento do mercado de hidrogênio verde, Adriano Correia, chefe de Energy, Utilities & Resources na PwC Brasil, destaca a segurança energética como outro elemento de destaque neste cenário.
“O planeta precisa buscar alternativas de descarbonização para reduzir as emissões de CO2 para conter o aumento da temperatura média global em patamares razoáveis”, explica Correia, como enfatizado pelos especialistas ouvidos na mesa de estreia do Summit. “Agora, com o conflito da Ucrânia, a necessidade é ainda maior.”
“O [aumento do] preço do gás natural também funciona de certa forma ajuda a acelerar. É como um catalisador e acelera os modelos de negócio de hidrogênio e gera condições competitivas para gerar eletricidade renovável no Brasil”, sublinha Andreas Eisfelder, Head da Área de New Energy Business da Siemens Energy para a América Latina.
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